quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Paisagem Noturna

 
A sombra imensa, a noite infinita enche o vale...
E lá no fundo vem a voz
Humilde e lamentosa
Dos pássaros da treva. Em nós,
- Em noss’alma criminosa,
O pavor se insinua...

Um carneiro bale.
Ouvem-se pios funerais.
Um como grande e doloroso arquejo
Corta a amplidão que a amplidão continua...
E cadentes, metálicos, pontuais,
Os tanoeiros do brejo,
- Os vigias da noite silenciosa,
Malham nos aguaçais.

Pouco a pouco, porém, a muralha de treva
Vai perdendo a espessura, e em breve se adelgaça
Como um diáfano crepe, atrás do qual se eleve
A sombria massa
Das serranias.

O plenilúnio vai romper...Já da penumbra
Lentamente reslumbra
A paisagem de grandes árvores dormentes.
E cambiantes sutis, tonalidades fugidias,
Tintas deliquescentes
Mancham para o levante as nuvens langorosas.

Enfim, cheia, serena, pura,
Como uma hóstia de luz erguida no horizonte,
fazendo levantar a fronte
Dos poetas e das almas amorosas,
Dissipando o temor nas consciências medrosas
E frustrando a emboscada a espiar na noite escura,
- A Lua
Assoma à crista da montanha.

Em sua luz se banha
A solidão cheia de vozes que segredam...
Em voluptuoso espreguiçar de forma nua

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

En-canta Ducan




Você não precisa cantar pra encantar.
Obrigado Zélia, por emprestar a voz e embalar nossas mentes com poesias celebráveis, algumas musicadas, outras não, não importa, a poesia mora ai, aqui, acolá.
"A chuva mostra.."

Bom demais;

- Alice Ruiz
- Itamar Assumpção

http://multishow.globo.com/musica/marcelo-jeneci/borboleta

Sarau no Sesc Campinas com Zélia Ducan, dia 19.07.2012